Thu 30 Jul 2015 10:44:20 PM -03
Publicado originalmente em Abre-te Sésamo: as senhas da nossa vida digital | Oficina Antivigilância.
Senha forte
Senha fraca
Arranca a matraca da anta
Repete demais as vogais
Mergulho do murro boçal
Tá cheio de encontro consonantal
DV%y-%!I! \C1Xg1#a=-~a1uR1R"W\lJPJIWH? nDyqtC!!
É palavrão de poesia malcriada!
Senha é poesia
E pode ser carente de rima!
É poesia secreta
Conhecida só por quem autora
Estes versos não mais são
Pois difundidos já estão
E senha compartilhada
Em geral é uma grande roubada
Nem todo segredo é senha!
Desabafos
Confidências e conspirações
Não são senhas
Mas segredos por elas protegidos
Senha é poesia
Mesmo sem significar
De preferência dadaísta
Com palavras tiradas no dado
Ou sorteadas da sacola
Métrica escalafobética
Desnumerológica
De palavras inventadas
Lúdica, brincalhona
Uma ode à entropia
Piada interna
Que só você entende
Que nem você compreende
Mas que só você sabe
Riovém de finício algum
Prapilépricas quipergísticas
Vitrola esmola?
Vodininfantes!!!
Enrolou tua língua?
Então atrasa o lado da trairagem!
Sendo arte do sigilo
A regra de poesia é o estilo
Só que estilo demais
É padrão demais
E entropia de menos
A força de uma senha
Vem da criatividade de quem poeta
De usar e abusar do espaço da poesia
Que é um lugar composto de símbolos
Caracteres
Palavras
Versos e aglomerações maiores
Este aqui é um desafio e um manifesto
Reconhecendo um novo gênero literário
Tímido, complicado
Mas inclusivo
Junte-se a este movimento!
Seja poeta, poetiza de senhas
Mas não divulgue suas composições do gênero!
Se decorares alguns destes versos
Serás capaz de memorizar tuas próprias senhas
Ó, criptopanque!
E o oponente
Será capaz de deduzir nosso subconsciente?